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Felicidade é circunstancial!
Não existe a felicidade como perenidade. A ideia da felicidade como um estado permanente é uma impossibilidade, à medida que uma boa parte dos nossos sentimentos positivos é vivenciada pela ausência.

O que valoriza e dá sentido a um sentimento é a ausência. Tivéssemos nós a felicidade como um estado contínuo, não a perceberíamos. Assim como o que valoriza a água fresca é a sede e o que valoriza a comida gostosa é o apetite. Um exemplo que dou sempre é que a água é absolutamente agradável quando o organismo precisa de hidratação, mas tomar dez copos para um exame de ultrassom é absolutamente desagradável. Um alcoólatra não tem prazer na bebida, ele tem dependência. Prazer na bebida se tem quando quem bebe fica um tempo sem fazê-lo.

Felicidade não é um estado contínuo, não pode e nem deve sê-lo. E nem seria possível, pois isso colocaria a pessoa próxima do estado de demência. Não se confunda felicidade com euforia. A euforia contínua é um distúrbio mental. Afinal de contas, estamos num mundo onde há atribulações, passos tortos, turbulências, problemas.

A euforia persistente é um estado de alienação. Daí ela se caracterizaria muito mais como uma doença do que uma expressão da felicidade, que é uma vibração intensa de uma sensação, mesmo que momentânea, em que se tem uma plenitude e um prazer imenso em estar vivo. Naquele instante, naquele minuto, naquela circunstância, independentemente de quanto tempo dure, aquilo proporciona uma plenitude de vida, em que estar vivo é uma dádiva magnífica.

Se eu parto do princípio de que felicidade é uma circunstância e não um estado contínuo, surge o questionamento: É possível atingir a felicidade? Sim, várias vezes, em vários momentos e em várias situações. A felicidade é um horizonte, não é um estado que você atinge em repouso. Esta ideia é necessária para que não se imagine que você se prepara para a felicidade e ela virá, em algum momento anunciada por um tempo de vida, em que você cria as condições e aí será feliz. Não. A felicidade é uma ocorrência eventual.

É claro que é possível fazer escolhas e preparar-se para atingir objetivos. Mas muita gente alimenta o ideal de “um dia eu vou ser feliz”. Não. A felicidade não é um lugar aonde se chega depois de um tempo. Cabe a cada indivíduo ir construindo no cotidiano as circunstâncias para que a felicidade venha à tona.

(..)

**Trecho retirado do livro "Felicidade Foi-se Embora?"

Por: Mario Sergio Cortella 
Que tal acelerar a vida para a velocidade 2x?
A comemoração foi quase generalizada: áudios do WhatsApp também podem ser ouvidos na velocidade 2, ou 2x, se assim você preferir chamar.

A excitação com a novidade revela a nossa infância digital. Como crianças que querem comer apressadamente, deixar de dormir, tomar banho rápido ou estudar para ter mais tempo de brincar, somos consumidos pela paranoia moderna de controlar o relógio para viver a ilusão de um dia maior e uma vida mais produtiva.

Você toparia participar de uma experiência quântica que acelerasse a sua vida para 2x? Toparia diminuir seu tempo de vida pela metade para que tudo que desejasse fazer se tornasse possível rapidamente?

Vivemos em uma sociedade que não tolera a interrupção, a negatividade. O cansado é visto como vencedor, bem como o impaciente e ocupado é interpretado como aquele que é bem sucedido. Na prática o valor está em ser cansado e não em ser vencedor. Falar que está trabalhando muito, que não tem tempo para a família e muitas vezes para a própria humanidade é um conceito que nos fez acreditar que a pessoa ocupada é bem sucedida e que quem tem tempo para si e para os outros é fracassado.

O homo digital precisa mergulhar na sociedade do desempenho, que não aceita pausas, que regula o repouso como uma interrupção do tempo de trabalho. Já não há mais o tempo em si, apenas intervalos do trabalho e mesmo as interações humanas impõem uma indesejável negatividade ao alcance de resultados e sucesso.

A comunicação tornou-se uma dessas interrupções indesejadas. No mundo do alcance digital essa possibilidade multiplicou-se, e muitas vezes nos sentimos angustiados em não conseguir dar conta. Por essa razão, torna-se tentador poder fazer mais em menos tempo, respondendo mais pessoas mesmo sem dedicar ao outro a atenção que acreditamos merecer, usando os recursos tecnológicos disponíveis: como acelerar a leitura e a escuta.

O acelerador de áudio do WhatsApp chegou como uma revolução, mas é também uma denúncia de nossa humanidade apressada, que insiste em controlar o tempo e o outro, como se qualquer coisa além de si mesmo fosse desperdício.

É um doping digital que permite, de um certo modo, um desempenho sem desempenho. Uma escuta sem conexão, um ouvir a mensagem sem de fato escutá-la, fazendo com que nos sintamos uma espécie de super-homem que acelera as pessoas para que falem mais rápido, controlando artificialmente a voz, o tempo e a interação humana do outro.

Confesso que algumas vezes uso o acelerador, mas algo me diz que em algum momento a vida pode me convidar a ouvir novamente essas mensagens, principalmente, de algumas pessoas que amo.

Refletir sobre isso pode impedir que o excesso do foco no desempenho nos leve ao infarto da alma.

Você toparia acelerar a sua vida para 2x? Toparia diminuir seu tempo de vida pela metade para que tudo que desejasse fazer se tornasse possível agora?

Por: Jaime Ribeiro 
Como investir: aprenda a evitar os vícios comportamentais
Saber como investir bem os recursos disponíveis é sempre um desafio – até para os mais experientes. Isso porque trabalhar bem o dinheiro envolve muitas variáveis, inclusive variáveis emocionais, que estão na cabeça de cada pessoa. Estudiosos do comportamento humano detectaram alguns vícios comportamentais no processo de administração dos investimentos. Por isso, é importante saber quais são eles para poder evitá-los.

O artigo de hoje traz orientações valiosas a respeito de como investir seu dinheiro. Desta vez, não vou focar na escolha dos melhores produtos, mas no controle da sua mente e emoções, para que você possa tomar decisões inteligentes. São orientações originadas em uma ciência bastante abrangente: a psicologia econômica.

O que é a psicologia econômica

Investir é uma atividade humana que possui uma série de peculiaridades. Quem aplica deve lidar com as próprias virtudes e fraquezas e com a construção de objetivos e sonhos. Vai muito além da simples alocação de dinheiro em ativos estratégicos.

Os componentes mentais e emocionais envolvidos nas relações financeiras têm sido explorados pela psicologia econômica desde o século XIX. Naquela época, alguns pensadores europeus buscavam ampliar as reflexões a respeito da economia, pois as movimentações de capital eram aparentemente mais complexas do que muitos supunham ser.

Ao longo do século XX, a psicologia econômica conquistou mais espaço e os estudiosos passaram a tratar também de questões sobre a lógica do consumo. E, como não poderia deixar de ser, atualmente, os estudos dessa área do conhecimento continuam em pleno desenvolvimento. 

Entre novas abordagens, houve um foco maior sobre o comportamento dos investidores e sobre como as pessoas lidam com essa atividade. Os vícios comportamentais fazem parte desse grande escopo. A seguir, vou mostrar quais são alguns deles, para que você possa evitá-los (ou superá-los) e manter a consistência em suas aplicações.

1° vício comportamental: excesso de otimismo

O otimismo é visto como uma atitude positiva em diversas esferas da vida pessoal e profissional. Dentro de uma estratégia de investimentos, ele também pode ser benéfico, desde que bem administrado.

Há que se fazer uma reflexão importante sobre o otimismo nos investimentos. Ninguém decide alocar seus recursos em um produto financeiro se não tiver confiança nos resultados que obterá futuramente. O ato de investir é, portanto, um exercício de otimismo. Mas o problema começa quando ele se torna exagerado e prejudica as decisões.

A psicologia econômica explica o excesso de otimismo como uma reação do nosso cérebro. Temos propensão a nos atentar mais para eventos positivos do que negativos na relação com investimentos.

Como o excesso de otimismo nos afeta

Quando o otimismo passa da conta, os resultados dos investimentos podem despencar. Essa armadilha mental pode se dar em diferentes situações.

Exemplo n° 1: se uma ação ou fundo de renda variável apresenta um histórico de flutuações com muitas altas e baixas, nossa tendência é menosprezar as quedas. Como resultado, apostas excessivamente otimistas nessa categoria de investimento podem levar à perda de dinheiro.

Exemplo n° 2: imagine que um amigo ficou rico por ter comprado um terreno que teve uma supervalorização. Pela lógica, você ficará predisposto a buscar um terreno em condições similares. O problema é que o excesso de otimismo, nesse caso, desconsidera fatores que podem comprometer o retorno financeiro.

 2° vício comportamental: excesso de confiança

Muita gente, de forma equivocada, confunde otimismo com confiança. São conceitos diferentes, inclusive quando o assunto é investimento. O excesso de confiança na relação com o mercado financeiro leva muitas pessoas a darem um passo maior do que podem sustentar. O resultado é um doloroso tombo. Mas, como o excesso de confiança aparece nos investimentos?

Quem tem menos vivência de mercados pode se empolgar com a leitura de artigos de especialistas. O rico conhecimento obtido nos textos cria a ilusão de que a pessoa está pronta para encarar o mercado. Acontece que nem tudo é tão simples assim. Não basta ler alguns artigos e fazer um pequeno curso de finanças para formar o próximo Warren Buffett. 

O desafio de superar a média do mercado em renda variável é bastante complexo. É preciso muito estudo e uma dedicação contínua para fazer análises inteligentes a respeito das movimentações.

Excesso de confiança e propensão ao risco

O perfil de investidor oferecido por corretoras e bancos de investimentos a seus clientes tem alguns objetivos. Um dos principais é detectar a propensão a lidar com o risco. Quando uma pessoa se vê contaminada pelo excesso de confiança, tende a cruzar uma linha perigosa. Assumir riscos de forma desmedida é uma atitude que pode levar à rápida perda de dinheiro no mercado financeiro.

E existe um problema adicional nesse ponto. Mesmo quando boa parte das transações se mostram acertadas, os ganhos nem sempre são substanciais. Isso porque o excesso de compras e vendas de papéis gera custos e taxas que limitam o retorno.

3° vício comportamental: paralisia nas decisões

Você já sabe que o excesso de otimismo e de confiança são prejudiciais a seus investimentos. Porém, o comportamento oposto também compromete os resultados das aplicações. Trata-se do terceiro vício comportamental: a paralisia nas decisões, que leva a carteira de investidores descuidados à estagnação. A atitude de engessar os investimentos pode ser fruto da insegurança em rebalancear a carteira. Há pessoas que ficam muito presas a uma orientação que talvez não tenha a mesma força de outrora. 

Imagine que determinado produto foi a bola da vez no ano passado e lhe rendeu ganhos expressivos. Porém, seu desempenho esfriou com o passar do tempo e o ativo deixou de ser competitivo. Por que não rever a estratégia em uma situação como essa? A paralisia nas decisões, independentemente de sua causa, pode minar seus investimentos. Ela funciona também como termômetro para seu otimismo e confiança, que devem existir na medida certa.

 Mantenha seus investimentos em constante evolução

Fugir dos três principais vícios comportamentais não é o bastante para manter uma forte carteira de ativos. Bons investidores se destacam pela inquietude e curiosidade com que encaram o mercado. Estão sempre em busca de novas oportunidades, ainda que sua carteira esteja apresentando resultados interessantes. 

Portanto, lembre-se de diversificar seus investimentos de acordo com seus objetivos e planos. Cada produto deve ter uma razão para figurar em sua carteira de aplicações. Uma escolha acertada não significa que você não precisa mais se dedicar a seus investimentos. Procure mantê-los em constante evolução, sempre com foco nos resultados e na construção de sonhos.

Percebeu como não existe uma fórmula mágica sobre como investir? Mas, adotar as atitudes corretas e evitar os vícios comportamentais colocará você no caminho certo. 

Por: Gustavo Cerbasi 
A Ciência da Felicidade
Em um experimento, a renomada cientista Barbara Fredrickson da Universidade da Carolina do Norte, colocou um grupo de pessoas para assistir vídeos positivos, outro para assistir vídeos negativos, e um terceiro para assistir vídeos neutros. Em seguida, os participantes deveriam realizar a seguinte tarefa: faça uma lista de todas as atividades que você gostaria de fazer hoje. Fredrickson descobriu que os participantes que assistiram vídeos positivos fizeram listas mais longas de atividades que gostariam de fazer naquele dia, em comparação com os outros grupos. Isso significa que logo depois de passar por momentos felizes, as pessoas ficam mais motivadas, ou seja, querem se envolver em mais atividades. Em uma intervenção similar, Fredrickson descobriu que as pessoas também ficavam mais atentas a uma tarefa minutos depois de terem assistido vídeos positivos. Outros cientistas que realizaram estudos similares aos de Fredrickson, descobriram também um efeito positivo na criatividade das pessoas quando elas estão vivenciando momentos de felicidade. 

Já a cientista Sonja Lyubomirsky da Universidade da Califórnia, realizou uma meta-análise de 225 estudos envolvendo mais de 275 mil pessoas, em que foi concluído que pessoas felizes são 31% mais produtivas, vendem até 88% a mais e são 300% mais criativas.

Joseph Forgas, cientista da Universidade de New South Wales, revela em suas pesquisas que quando de bom humor, as pessoas são mais generosas, cooperativas e prestativas; lembram com mais facilidade de momentos positivos da vida; aprovam desconhecidos mais rapidamente; e inclusive, negociam de forma mais justa.

Apesar de todas essas vantagens, o que intriga cientistas no mundo todo é o fato de que mesmo sendo um desejo comum do ser humano, a maioria das pessoas não sabe o que verdadeiramente gera felicidade. Nós acreditamos piamente que o novo modelo de carro elétrico, uma promoção no trabalho, o casamento, o nascimento de filhos e até o ganho inesperado de uma farta herança nos trarão felicidade duradoura, no entanto, com o passar do tempo nos acostumamos que esses fatos e nossa felicidade retorna aos níveis anteriores. Os cientistas chamam de Adaptação Hedônica a facilidade com a qual o ser humano se adapta a dinheiro e bens materiais, classificando-a como a principal inimiga da felicidade. 

Parte desse desencontro entre nossas expectativas sobre o que nos deixará felizes e o que, de fato, nos deixa felizes, pode ser explicada por um fenômeno conhecido como Predição Afetiva – uma descoberta do brilhante cientista da Harvard, Dan Gilbert. O cientista afirma que as pessoas preveem que ficarão extremamente felizes quando chegarem em casa depois de um dia de trabalho, sentarem-se no sofá e assistirem suas séries favoritas do Netflix na companhia de uma bela pizza. No entanto, se medirmos a felicidade dessas pessoas enquanto elas estão realizando essas atividades, descobriremos que elas estão significativamente menos felizes do que imaginavam. 

Outra falha cognitiva que nos leva a decisões imprecisas sobre a felicidade, foi nomeada como Viés do Impacto, que é a ilusão que temos de que quando algo grandiosamente positivo acontecer em nossa vida, como ganhar na Mega Sena, isso terá um impacto duradouro em nossa felicidade. Cientistas como Rafael Di Tella, da Harvard, e Grant Donnelly, da Ohio State, revelam, no entanto, que mesmo milionários se acostumam com suas riquezas e não se consideram perfeitamente felizes. Daniel Kahneman, cientista da Princeton e ganhador do Prêmio Nobel, desenvolveu uma intervenção que mede exatamente esse desencontro entre previsão e realidade, chamada de Método de Reconstrução Diária. Ao analisar a felicidade das pessoas enquanto elas estão envolvidas em atividades como assistir televisão, Kahneman descobriu que elas reportam ter emoções positivas fracas em comparação com outras atividades que nem imaginavam que as deixariam felizes. Esse é um dos motivos pelos quais a ciência é tão fantástica, pois ela pode realizar testes para descobrir o que gera felicidade universal e assim, podemos deixar de investir em atividades que não nos trarão os resultados esperados.

Daniel Kahneman e seus colegas descobriram que atividades como assistir TV, cuidar dos filhos e navegar na internet, trazem menos felicidade do que as pessoas imaginam. Felizmente, as descobertas sobre o que nos gera felicidade autêntica são abundantes. Cientistas da Harvard, Stanford, Universidade da Pennsylvania e outras instituições de prestígio, revelam que ações como gastar dinheiro com outras pessoas nos deixa mais felizes do que gastar com nós mesmos; que investir em experiências como viagens, passeios e shows nos deixa infinitamente mais felizes do que investir em carros, bolsas e sapatos; que escrever os cinco acontecimentos do dia pelos quais somos gratos, antes de dormir, aumenta exponencialmente a felicidade; que expressar nosso reconhecimento para as pessoas que nos ajudaram, principalmente de forma presencial, gera grandes emoções positivas; que ajudar familiares, colegas de trabalho e desconhecidos, assim como prestar atos voluntários de bondade, traz mais bem-estar do que receber ajuda; que caprichar nas interações que você tem com as mais variadas pessoas no dia a dia, deixando seu telefone no bolso e tratando-as de forma gentil e atenciosa, é um dos caminhos mais curtos para chegar a felicidade; e que se expor ao máximo a pessoas, filmes, ambientes e notícias positivas é um dos maiores preditores de excelente saúde mental.

No entanto, para a construção do bem-estar e saúde mental, é necessário conhecermos também os efeitos das emoções negativas. Toda vez que sentimos medo, ansiedade ou insegurança, uma parte do nosso cérebro chamada de amídala entra em atividade. A ativação da amídala comanda a liberação dos hormônios cortisol e epinefrina, que causam um aumento nos batimentos cardíacos, uma dilatação nos vasos e um aumento na velocidade do fluxo sanguíneo, ajudando um grande volume de sangue a chegar com rapidez aos músculos da perna. Esse mecanismo é conhecido como Lutar ou Correr, e foi muito útil aos nossos ancestrais, que precisavam frequentemente escapar de predadores. 

No longo prazo, porém, a ativação frequente desse mecanismo desgasta o sistema circulatório. Além disso, para mobilizar energia com rapidez, o cortisol traz com ele uma grande carga de glicose, fazendo com que o indivíduo constantemente estressado tenha mais chances de sofrer com diabetes, doenças cardíacas e circulatórias. Robert Sapolsky, cientista da Stanford, aponta que o ser humano é a única espécie que consegue causar estresse a si mesmo. Diferentemente de nós, zebras não passam seu tempo livre confabulando sobre como guepardos comunistas querem dominar a selva e submeter todos os animais à “Nova Ordem Selvagem.” Apenas os humanos conseguem criar delírios como esse e causar males à sua própria saúde.

Levando em consideração que situações estressantes reais são inevitáveis, não é sábio criar estresse para si mesmo. Mesmo assim, é preocupante a quantidade de pessoas que passam grande parte de seu tempo em grupos de aplicativos de mensagens se preocupando com guepardos imaginários que estão à espreita para dominar o mundo. O risco de comportamentos como esse é o aumento desnecessário de emoções negativas no dia a dia. Uma das descobertas mais importantes que Barbara Fredrickson realizou é conhecida como a Proporção da Positividade. Em dezenas de experimentos científicos, Fredrickson descobriu que indivíduos com saúde mental e felicidade invejáveis, seguiam o padrão de construir 2,9013 emoções positivas para cada emoção negativa. O questionamento que você deve fazer a si mesmo, é quanto o seu grupinho favorito de WhatsApp está contribuindo com essa proporção. Isso significa que, da mesma maneira que geramos estresse a nós mesmos, podemos construir nossa própria felicidade. 

Durante 20 anos, Fredrickson acumulou evidências para desenvolver a Teoria da Expansão e Construção, demonstrando que emoções positivas expandem a nossa mente, aumentam a nossa motivação e criatividade; já o acúmulo das emoções positivas constrói um indivíduo mais otimista e resiliente.

 Mas a construção da felicidade não é tão simples assim. Mesmo com intervenções para aumentarmos nossas emoções positivas e reduzirmos as negativas, grande parte da nossa felicidade depende da genética e do ambiente. É uma unanimidade entre os cientistas que, em primeiro lugar, um ambiente propício é condicional para a felicidade das pessoas. Assim, os moradores de países ou comunidades pobres, que vivem em ambientes violentos, sem saneamento básico ou escolas de qualidade, podem realizar todas as ações descobertas pela ciência para construir felicidade e mesmo assim terão uma saúde mental longe do ideal. O cientista Paul Bloom, da Yale, afirma que a genética passa a importar somente quando todas as pessoas vivem em um ambiente onde é possível florescer. Jogar toda a responsabilidade de ser feliz nas costas do indivíduo, portanto, é uma escolha que pode causar mais casos de condições mentais negativas. 

Nesse sentido, as políticas públicas e as estratégias corporativas no Brasil devem ter como prioridade a construção de um ambiente mais favorável à felicidade das pessoas, o qual ainda estamos há milhares de quilômetros. Vai que com as escolhas certas, podemos redefinir o que é o jeitinho brasileiro?

Por: Luiz Gaziri 
Socorro: precisamos de líderes de verdade nas organizações
Já se disse, por muitas vezes, que o Brasil vive diversos tipos de crise: econômica, política, ética e assim por diante. Quando vou para o campo das empresas, sinto que a maior crise, aquela que tem impedido o crescimento de organizações é a crise de liderança.

Vamos entender por liderança aquela capacidade que uma pessoa, em determinada área, tenha de fazer as pessoas que trabalham ao seu lado entregarem o seu melhor, usarem toda a sua competência a serviço do local aonde trabalham. Segundo pesquisa recente do Gallup, 78% dos trabalhadores brasileiros admitem que não dão o seu melhor. Para mim, a pesquisa está absolutamente correta quando relaciona minha experiência capacitando líderes no Brasil e afirmo: mais de 80% das pessoas em cargo de comando não passam de chefes e menos de 20% são verdadeiros líderes.

Simplificando para o nosso leitor, chefe é aquele que obedeço porque ele tem a hierarquia e o poder concedido pela empresa, mas que em quase nada admiro. Líder é aquele que sigo, que me inspira com seu exemplo, que respeita cada pessoa, que sabe elogiar com frequência e criticar de forma respeitosa, uma pessoa que tenho prazer em trabalhar ao lado dele porque ele me ensina a ser melhor.

Por que isso acontece? É simples: mais de 90% das pessoas em posição de comando nas organizações eram pessoas que tinham alta competência técnica e por saberem como fazer o trabalho foram guindadas a uma posição mais alta. Contudo, nunca foram preparadas para liderar, nunca desenvolveram seu potencial para usar o talento humano ou simplesmente entender de gente.

Em um mundo de hipercompetição, só sobreviverão empresas que capacitarem suas pessoas que hoje estão em posição de chefia. Transformar um chefe em um líder não é uma missão impossível, tenho feito isso ao longo dos últimos 20 anos e o resultado tem sido extraordinário: incremento de vendas, aumento da rentabilidade, diminuição da rotação de pessoas, incremento de produtividade e significativa evolução no nível de satisfação das pessoas.

Quando me perguntam por onde começar a treinar uma equipe, não tenho dúvida: é importante treinar a todos, mas comece sempre capacitando líderes, eles serão a base, o alicerce do crescimento de sua empresa.

Por: Eduardo Tevah
Você sabe se está vivendo seu propósito na carreira?
O conceito de carreira e sucesso é algo que norteia nossa existência desde a primeira vez que nos perguntam “o que você quer ser quando crescer? A questão é que, entre tantas possibilidades, tocar o chão da realidade às vezes pode ser difícil. Mas voar também é necessário. No fim das contas, o que todo mundo quer é voar bem alto mesmo, mas a gravidade é sempre um desafio.

Como fazer isso? Lembrando que ar quente é o que faz o balão subir. Nem morno, nem frio. Aquele ar aquecido ali, em tempo real, cheio de intenção e vontade. O equivalente a uma vida plena, realizada e feliz – sabendo que, para isso, é preciso paixão, intensidade e coragem. O fogo que esquenta esse ar do balão, das relações, da vida… É o propósito!

Pode parecer um conceito clichê, mas a verdade é que existem maneiras de entender como seu propósito pode se transformar em uma verdadeira carreira de sucesso. Afinal, se a gravidade parar de puxar para o chão, o balão sai voando sem eira nem beira. O equilíbrio é o que faz acontecer.

E isso tem a ver com reconhecer quais são os seus valores mais importantes e priorizá-los a cada decisão, com planejamento e foco. É descobrir aquilo pelo que você é apaixonado e faz seu coração bater mais forte. É entender aquilo que te motiva e te faz sair da cama pela manhã, repleto de entusiasmo. Quando temos dentro de nós algo mais quente que o mundo lá fora, subimos.

Mas, antes de subir, é preciso fica mais leve. É preciso desapegar de manter qualquer corda amarrada ao que consideramos estável ou seguro. O desapego também está para o mundo profissional. Ficar apegado a processos ultrapassados, não entender o novo que vem e, principalmente, não abrir espaço para o fogo queimar só vão atrasar seu voo. Uma vez com os pés fora do chão, só nos resta uma opção: FLUIR!

Na vida, quando não aceitamos a direção do vento, sofremos. Não temos controle sobre isso. Podemos apenas controlar a altura do nosso voo. Mas, para isso, precisamos aprender a controlar nosso próprio fogo. Manter a chama forte e constante.

Também é preciso parar de competir. Cada balão está voando seu próprio voo, em sua própria altitude. Voar mais alto ou mais baixo não influencia a altura de nenhum outro balão. A altura de nenhum outro balão deveria incomodar você. Existe céu para todo mundo e competir é a maior bobagem.

Cada um sabe qual é a corrente de vento que quer aproveitar nessa vida e dessa forma deve escolher a altitude do seu próprio voo. Saber disso é o que te permite fluir no sucesso, ao mesmo tempo em que mantém a vida leve!

O voo é sempre individual. Apenas o espaço do voo é comum. Admirar a altitude dos outros balões nos permite aprender com a atitude assumida por eles. E escolher a nossa própria!

 
Por: Branca Barão

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